Alberto Santos=Dumont - Uma Homenagem ao Pai da Aviação

Em São Paulo


Em São Paulo, Alberto ia à Sociedade Hípica Paulista e ao Clube Athlético Paulistano. Passava muitas tardes também na redação do jornal "O Estado de São Paulo". Recebia também a visita quase diária do médico Sinésio Rangel Pestana, que recomendou ao inventor uma temporada no Guarujá, para tratar de sua delicada saúde.

No Guarujá, litoral paulista, descansa, olhando o mar daquela praia tão formosa e o infinito do céu, enquanto as crianças brincam na areia.  Não é mais aquele rapaz esperto que conquistara Paris aos 28 anos.  Agora rareiam-lhe os cabelos, e faltam-lhe as forças.  Seu sobrinho, receoso, está sempre em sua companhia, vigiando-o, temendo que algo possa acontecer.

Santos=Dumont nunca aceitou o fato de que sua invenção fosse utilizada para fins bélicos, tão bem demonstrado durante a Primeira Guerra Mundial de 1914 a 1918. Ele acreditava que o avião deveria servir para unir as pessoas, como meio de transporte e, por que não, de lazer, como ele mesmo havia demonstrado, ao deslocar-se em suas aeronaves em Paris para assistir à ópera ou visitar amigos.

Em 1932 irrompe o Movimento Constitucionalista de São Paulo, e a luta entre os rebeldes e o governo desencadeia-se, provocando rivalidades e conflitos entre irmãos brasileiros.  Nesta altura manda uma mensagem aos brasileiros, posicionando-se contra a luta fratricida.

Seu médico Dr. Sinésio Rangel Pestana recomendou ao inventor uma temporada no Guarujá, para tratar de sua delicada saúde. Era frequentador do Grande Hotel de la Plage, onde posteriormente passou a residir e conheceu a cantora lírica Bidu Sayão por quem manteve uma grande amizade.

Lá, Santos=Dumont passou seus últimos dias, passeando pela praia, conversando com crianças, entre elas Marina Villares da Silva e Christian Von Bulow, que moravam no balneário.
Christian conta ter presenciado Santos-Dumont chorando na praia após ver o bombardeio do cruzador Bahia, por três aviões “vermelhinhos”, leais ao Governo Federal, na ilha da Moela.

Grande Hotel de la Plage

Alberto sofria já a alguns anos de duas graves doenças: Depressão Crônica e Esclerose Múltipla.

Muitos afirmam que sua depressão teve início com a ida da cantora Bidu Sayão para a Europa.  Há quem diga que o inventor era apaixonado por Dona Olívia Guedes Penteado.

Segundo Iraci Morrone, na época camareira do hotel, Santos=Dumont, era um homem metódico, mantinha tudo extremamente arrumado e no lugar.

Oswaldo Cáfaro diz que Dumont era uma pessoa bastante reservada e que demonstrava a depressão que sentia no dia-a-dia.

Santos=Dumont era uma pessoa sentimental e sensível aos acontecimentos, e não lhe passava despercebido o uso de aviões na revolução constitucionalista de 1932, o acidente com avião no Rio de Janeiro também o magoou muito.

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