Alberto Santos=Dumont - Uma Homenagem ao Pai da Aviação


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Grande Hotel de La Plage
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Grande Hotel de La Plage

“A grande estrela arquitetônica e social, desde o início da Guarujá moderna, desde sua fundação em 1893, era, sem dúvida, o Grande Hotel. Sua imagem imponente dominava a paisagem em Pitangueiras. Possuia apenas um pavimento térreo. Sua existência, porém, não foi longa. Em dezembro de 1897, quatro anos após sua fundação, o hotel foi destruído por um incêndio. Consta que a cidade toda mobilizou-se para evitar a destruição. A Companhia Prado Chaves tratou de, em pouco tempo, construir outro hotel. A maior parte de sua estrutura era de pedra, obtida nas imediações da Vila Souza, também em Pitangueiras. O projeto arquitetônico procurava igualar o novo hotel às edificações européias com a mesma destinação e o prédio adquiriu uma imponência bem maior do que a de seu antecessor. Possuia dois andares e a madeira, desta vez, não era a maior parte do material de que fora feito.
Destinado a uma elite acostumada ao luxo, suas instalações eram requintadas. Lustres de cristais, estofados russos, tapetes persas e lençóis de linho eram detalhes obrigatórios da decoração. Segundo depoimento de Iracy Sório Morone, antiga moradora de Guarujá, que chegou a trabalhar no Grande Hotel de La Plage - como ficou sendo chamado após sua reconstrução- havia um cuidado especial na contratação dos serviçais. “Os garçons eram muito bem escolhidos. Tinham de ser apresentáveis e, se possível, ter a mesma estatura Tinham de vestir sempre paletó e camisa engomada. O “maitre” tinha que saber vários idiomas, pois grande parte dos hóspedes era composta de estrangeiros”
Durante muito tempo – principalmente no início do século – o hotel, o cassino e os chalés, constituíam uma atração maior do que as próprias condições balneárias da cidade. O jogo rivalizava com o banho de mar, que, para a maior parte daqueles sizudos senhores, constituia apenas uma recomendação médica. Os mais jovens, porém, sabiam apreciar o mar e eram assíduos frequentadores das cabines de troca de roupa instaladas nas imediações do hotel e na faixa de areia da praia. Entrar na água era uma operação feita com muitos cuidados. Além da areia, do sol e do mar, compunham a paisagem cordas presas a madeiras, às quais as pessoas se agarravam prevenindo-se contra os possíveis maus humores das ondas.
O reinado do Grande Hotel de La Plage, com seu desfile da nobreza paulistana, durou até fins da década de 40, quatro anos após a extinção do jogo. O custo da manutenção de um prédio de tal porte era muito alto e, na década de 60, começou sua demolição. Antes da derrubada do prédio, moradores antigos compraram móveis, utensílios e outros objetos ligados ao Grande Hotel. Seu ocaso representou o fim de uma era em Guarujá”.


Do livro “Pérola ao Sol, apontamentos para uma história do Guarujá” de Mônica de Barros Damasceno e Paulo Mota. Reprodução neste guia autorizada pela autora.

salao
escada
salao
varanda
reforma
terraco
trocadeiro


piscina Na sequência de fotos: fachada do Grand Hotel de La Plage; três fotos do interior do Grand Hotel de La Plage, da magnífica coleção de Oswaldo Cáfaro;
o primeiro cassino; festa de cobertura do terceiro Grand Hotel, em 1912,
projeto do escritório de Ramos de Azevedo; chá no terraço do Grand Hotel;
cabines móveis para troca de roupa em frente à estação de trem; acima, piscina e Grill do Grand Hotel, depois transformados no Clube da Orla, em reforma projetada pelo arquiteto Sérgio Bernardes;

locomotiva bondinho
À esquerda a locomotiva Baldwin, a vapor, em frente ao Grand Hotel de La Plage, tendo ao fundo o Morro da Campina (Morro do Maluf).
À direita o bonde elétrico que ligava Guarujá a Itapema
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