Alberto Santos=Dumont - Uma Homenagem ao Pai da Aviação

DEBATE - V

A Alardeada Réplica Fiel do Flyer-I
não é Verdadeira

Origem: Livro de Visitas – 781
Data: 10/10/2004   04:07:52 - IP:200.207.53.4
Nome: Ricardo
Cidade/Estado: São Paulo-SP
Recado:         Parabéns pelo trabalho de vocês, que continua cada vez melhor.   Estamos enviando mais um texto que foi exaustivamente debatidos com os americanos no site da Avsim - www.avsim.com - que trata da pseudo-réplica da máquina voadora inexistente dos irmãos Wright. 
Um grande abraço e desejamos sucesso a todos vocês.

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“A Alardeada Réplica Fiel do Flyer-I não é Verdadeira”

Os Estados Unidos estão comemorando o “Centenário da Aviação”, desde o final do ano de 2003, pois, de acordo com a versão americana, a aviação começou em 17 de dezembro de 1903 nos Estados Unidos.

Esse suposto “Centenário da Aviação” é um grande equívoco, a começar pela própria denominação do evento.

A Aviação tem muito mais de cem anos. Um dos significados da palavra Aviação é “conjunto de meios aéreos (Balões, Dirigíveis, Planadores, Aviões, Helicópteros, etc.)”, portanto, essa palavra não está relacionada apenas aos aviões e a palavra inglesa “aviation” possui o mesmo entendimento. Um dos primeiros grandes experimentos relacionados à Aviação foram realizados com balões há quase trezentos anos, em 1709, pelo famoso brasileiro Padre Bartholomeu Lourenço de Gusmão.

Dessa forma fica evidente que a denominação do evento americano não é apropriada e demonstra uma pretensão descabida e inoportuna por parte dos Estados Unidos de querer considerar que a aviação começou no final de 1903, demonstrando, assim, mais uma tentativa reprovável de promover e valorizar ainda mais o falso mito dos Irmãos Wright.

Os organizadores desse alardeado “Centenário da Aviação” planejaram a construção de uma réplica fiel da suposta aeronave denominada Flyer-I, que, segundo o entendimento dos americanos, foi inventada pelos Irmãos Wright e alegam que foi a primeira aeronave com motor a voar com sucesso em 17 de dezembro de 1903 na localidade denominada de Colinas de Kill Devil pertencente à cidade de Kitty Hawk no Estado da Carolina do Norte nos Estados Unidos.

Existem várias outras cópias aproximadas do Flyer-I que voaram, mas, conforme declarações de seus próprios fabricantes, não são cópias exatas e possuem diversas alterações no sentido de possibilitar o vôo com mais facilidade e segurança, portanto não comprovam nada por não serem cópias fiéis e, conseqüentemente, não serão comentadas neste texto, por não haver necessidade.

A réplica alvo de nossa crítica é a que foi divulgada como cópia fiel do Flyer-I e foi construída com o patrocínio da EAA, da Ford Motors, do Microsoft Flight Simulator, etc. Essa mesma réplica foi a que não voou durante as comemorações realizadas no dia 17 de dezembro de 2003 em Kitty Hawk e se transformou no malfadado fiasco americano, amplamente divulgado pela imprensa mundial.

Um dos principais objetivos da suposta réplica fiel, além das comemorações do centenário, seria recriar o suposto primeiro vôo dos Irmãos Wright, no mesmo local onde, supostamente, teriam voado e, conseqüentemente, provar que o Flyer-I realmente tinha a capacidade de voar.

Apesar de todos os esforços realizados, a suposta réplica não voou conforme as expectativas, devido a vários motivos que, segundo seus patrocinadores, impediram a recriação da suposta façanha dos irmãos Wright.

Conforme declarações emitidas pelos realizadores do evento, o maior culpado pelo fiasco americano foi a falta de vento, que frustrou todas as expectativas da realização do vôo da réplica na data desejada.

Apesar das frustrações ocorridas, os organizadores do evento declararam que a réplica fiel do Flyer-I voou com sucesso no início de dezembro de 2003, durantes os testes realizados antes do fracassado evento do dia 17 de dezembro de 2003, ficando, assim, comprovado que a réplica funciona e, conseqüentemente, provado que o Flyer-I original, realmente, voava e provado, também, por via indireta, que as declarações dos irmãos Wright, relativas às realizações dos supostos vôos pioneiros de 17 de dezembro de 1903, realmente aconteceram.

Conforme veremos mais adiante neste texto, verificaremos que as conclusões relativas ao funcionamento dessa suposta réplica fiel do Flyer-I não são corretas e que essa alardeada réplica não é uma cópia verdadeira do suposto original e, portanto, não comprova absolutamente nada, com relação aos supostos feitos dos irmãos Wright, supostamente realizados em dezembro de 1903.

Para atingirmos o nosso objetivo no sentido de demonstrar que essa suposta réplica não comprova nada, consideraremos a seguir duas importantes regras da Metodologia Científica que devem ser aplicadas na avaliação dessa suposta réplica fiel do Flyer-I, para poder considerá-la como cópia verdadeira.

Uma regra importante da Ciência para homologar a repetição de um evento original como verdadeira repetição diz o seguinte:

Regra Número 1 – “Todos os dados utilizados na repetição de um evento, sem nenhuma exceção, devem ser originários de fontes confiáveis e devem, com absoluta certeza, ter sido utilizados no experimento original”.

Uma das regras mais importantes da Ciência para se aceitar um experimento como verdadeiro diz o seguinte:

Regra Número 2 - “Todo experimento para ser considerado verdadeiro deve, sem nenhuma exceção, possibilitar a sua repetição, nas mesmas condições do experimento original, com diversos experimentadores e deve sempre apresentar os mesmos resultados compatíveis, de forma consistente, todas as vezes que o experimento for repetido”.

Conforme observaremos neste texto, essas duas importantíssimas regras da Ciência, que deveriam ser cumpridas, não foram obedecidas pela suposta réplica fiel do Flyer-I, o que, aliás, não é surpresa, pois, ao lidarmos com assuntos importantes ligados os Irmãos Wright e seus adeptos no que tange a experimentos aeronáuticos, encontramos, invariavelmente, vários descumprimentos de naturezas diversas, que comprometem seriamente a credibilidade de fatos que envolvem os supostos irmãos inventores.

Começaremos nossa avaliação por uma da exigências feitas pela regra número 1: “Os dados devem ser originários de fontes confiáveis e devem ter sidos utilizados no experimento original”.

Segundo os construtores da suposta réplica fiel do Flyer-I os dados necessários utilizados na fabricação da mesma foram obtidos das seguintes fontes:

a) Informações fornecidas pelos próprios Irmãos Wright, porém incompletas;
b) Informações colhidas em estudos de documentos históricos duvidosos relacionados aos Irmãos Wright e a seus supostos feitos aeronáuticos, objetivando, entre outras necessidades, completar a falta de dados;
c) Informações levantadas junto ao suposto Flyer-I original, que está em um museu nos Estados Unidos.

A necessidade de se colher dados em diversas fontes que se completaram, segundo os construtores da réplica, foi devido à inexistência de uma única fonte completa com todos os dados necessários. Isso complicou muito o trabalho de levantamento de informações necessárias para a construção de uma réplica, devido a não existência de uma patente do Flyer-I e devido, também, a não existência dos projetos originais do Flyer-I, que, de acordo com declarações dos próprios irmãos Wright, foram destruídos por eles mesmos por causa do receio conveniente de se ocorrerem cópias indevidas.

Cabe aqui duas importantes observação categóricas:

I) A declaração de que os projetos do Flyer-I foram destruídos não comprova a sua existência;
II) O receio dos irmãos Wright a respeito da possibilidade de ocorrerem cópias não autorizadas por eles, também, não comprova a existência dos supostos projetos originais (Enfrentar riscos faz parte da convivência em sociedade - Leis de patentes foram criadas para proteger inventos e já existiam naquela época e não foram utilizadas “convenientemente” pelos irmãos Wright nesse caso – Os irmãos Wright nunca patentearam nenhum avião).

Essas desculpas descabidas são inaceitáveis como evidências da existência dos supostos projetos originais do Flyer-I. Por incrível que pareça, tais alegações desprovidas de fundamentos, são aceitas como evidências a favor dos irmãos Wright nos Estados Unidos. Essas declarações não poderiam sequer serem aceitas nem como indícios, muito menos como evidências.

Com relação ao contido no item “a)” supramencionado, as informações fornecidas pelos irmãos Wright não foram completas, segundo os comentários dos próprios fabricantes da réplica em questão. Uma informação convenientemente não mencionada é que tais informações incompletas, fornecidas pelos irmãos Wright, foram divulgadas após 1908, bem depois de Santos-Dumont e outros pioneiros terem voado com sucesso, e não existem provas válidas de que tais informações foram geradas e utilizadas em 1903 pelo Flyer-I.

Esse fato já é suficiente para invalidar a veracidade da réplica em pauta, pois ela foi construída com dados que não foram autenticados como realmente originários de 1903. (Invalidação obtida através do descumprimento da Regra Número 1 e esse fato impossibilita o cumprimento da Regra Número 2).

Outro problema com relação às informações fornecidas após 1908 pelos irmãos Wright é que essas informações não foram completas. Se elas são incompletas, de que forma elas foram completadas para se possibilitar a construção da suposta réplica? Se elas foram realmente completadas, essa ação seria válida?

Esses questionamentos nos levam ao item “b)” supramencionado. Foram efetuadas exaustivas pesquisas nos duvidosos documentos históricos dos irmãos Wright, no sentido de se descobrir os dados que estavam faltando.

Conforme declarações dos pesquisadores envolvidos na construção da réplica em questão, os estudos foram realizados para permitir aos pesquisadores a possibilidade de poderem entender como os irmãos Wright raciocinavam e dessa forma poderem chegar a conclusões no sentido de se resolver o problema da falta de dados.

A afirmação no sentido de os pesquisadores poderem entender como os irmãos Wright raciocinavam, carrega uma boa dose de imaginação e suposição quanto à forma com que os tais supostos irmãos inventores pensavam. Isto posto, qualquer conclusão envolvendo essa atitude imaginativa, no sentido de se descobrir quais eram os dados que estavam faltando não passam de hipóteses e as soluções apresentadas, baseadas nessas hipóteses, não podem ser confirmadas, com certeza, de que foram as mesmas supostas soluções utilizadas pelos irmãos Wright.

Porém, apesar da impossibilidade de confirmação do uso pelos irmãos Wright de tais dados obtidos por dedução imaginativa, a réplica em questão foi construída, utilizando esses dados obtidos por especulação. Dessa forma, fica demonstrado mais um fato que invalida a confiabilidade da réplica em pauta, pois ela foi construída com dados imaginados, que não podem ser confirmados se foram realmente utilizados pelos irmãos Wright em 1903. (Invalidação obtida através do descumprimento da Regra Número 1 e esse fato impossibilita o cumprimento da Regra Número 2).

Com relação a esses dados obtidos por especulação existe, ainda, um outro fato muito importante que pode ser questionado. Todas as soluções especulativas, referentes aos dados que estavam faltando, foram obtidas no sentido de se fazer a réplica voar, pois os construtores partiram da suposição de que o Flyer-I original realmente existiu e podia voar. Porém essa suposição de que o Flyer-I realmente existiu e podia voar nunca foi confirmado através de provas válidas. Não existe forma de se confirmar que tais soluções especulativas no sentido de se fazer a réplica voar, realmente, aconteceram e existe a possibilidade de que os verdadeiros dados que estavam faltado não permitiam o original a voar.

Dessa forma fica, mais uma vez, demonstrado um outro fato que invalida a confiabilidade da réplica em questão. (Invalidação obtida através do descumprimento da Regra Número 1 e esse fato impossibilita o cumprimento da Regra Número 2). A falta de dados também foi resolvida através de deduções lógicas, que não podem ser confirmadas, obtidas através do estudo dos duvidosos documentos históricos envolvendo os irmãos Wright.

A Ciência já comprovou, por inúmeras vezes, que deduções lógicas nem sempre representam a realidade. Muitas pessoas confundem lógica com verdade, devido à falta de conhecimento científico. A Ciência não utiliza o significado popular dado à palavra lógica. Popularmente a palavra “lógica” carrega o significado de coisa verdadeira, porém a Ciência ensina que nem tudo que é
lógico é verdadeiro.

Esse tipo de “armadilha” condenável é muito utilizada pelos adeptos dos irmãos Wright e devemos ter o cuidado de avaliar muito bem as informações recebidas desse pessoal, pois, muitas vezes, eles colocam suas informações distorcidas de forma a parecerem lógicas e, dessa forma, tentam enganar os mais despreparados.

Assim sendo, fica demonstrado mais um fato que invalida a credibilidade da réplica em questão, pois a mesma utiliza dados obtidos através de deduções lógicas que não têm como serem confirmados. (Invalidação obtida através do descumprimento da Regra Número 1 e esse fato impossibilita o cumprimento da Regra Número 2) Com relação ao item “c)” supramencionado o suposto Flyer-I original, que está em exposição em um museu nos Estados Unidos, foi o resultado da restauração realizada nos supostos destroços do Flyer-I de dezembro de 1903.

Segundo os duvidosos relatos dos irmãos Wright, o Flyer-I sofreu um conveniente acidente, devido aos fortes ventos a que ficou exposto, logo após a realização dos alegados primeiros vôos pioneiros de 17 de dezembro de 1903. Tal acidente foi o resultado de um descuido muito suspeito, pois os irmãos Wright sempre demonstraram ser extremamente zelosos no trato de seus supostos inventos.

Uma das conseqüências convenientes desse suposto acidente foi a impossibilidade de se fazer outros possíveis vôos com a mesma máquina, que possibilitasse ser testemunhado por pessoas sérias e confiáveis, em qualquer data, antes de 1908, bem como impossibilitou, também, a apresentação ao público dessa suposta máquina voadora, em qualquer data, antes de 1908.

Não existem provas válidas que confirmem a existência do Flyer-I antes de 1908, muito menos provas válidas de que ele acidentou-se em 1903. O que existe são, apenas, rumores, não confirmados, da existência de um possível aparelho (parecido com Flyer-I?) feito pelos irmãos Wright na tentativa de voar. Após esse acidente o Flyer-I transformou-se, convenientemente, em destroços e algumas de suas peças foram aproveitadas na construção do suposto Flyer-II de 1904. Após esses fatos alegados os supostos destroços remanescentes foram guardados e, depois, foram apresentados a um museu nos Estados Unidos.

Devido a apresentação dos destroços ao museu ter sido feita após 1908, não existem meios de se confirmar que, tais destroços, realmente, pertenceram a uma aeronave de 1903, o Flyer-I, e não há como provar que, tais destroços, não são uma fraude convenientemente feita para ludibriar as pessoas. A réplica alardeada do Flyer-I utilizou dados provenientes desse suposto Flyer-I original, que esta no museu, que foi restaurado dos alegados destroços, supramencionados, de 1903.

Portanto, fica evidenciado mais um fato que causa descrédito para com a réplica em questão, pois a mesma utiliza dados obtidos do não comprovado “Flyer-I original” restaurado, que está em exposição em um museu nos EUA.

(Invalidação obtida através do descumprimento da Regra Número 1 e esse fato impossibilita o cumprimento da Regra Número 2)

Apesar da existência em museu do suposto Flyer-I original, o mesmo não foi capaz de fornecer todos os dados necessários para a construção da réplica em pauta, conforme declarações dos próprios construtores dessa réplica e foi necessário fazer Engenharia Reversa nesse suposto original para se obter os dados necessários para se construir a suposta réplica fiel em questão.

A Engenharia Reversa é muito utilizada para se descobrir dados desconhecidos, dados perdidos, dados não fornecidos, dados negados, etc, com relação à funcionalidade e ao projeto de um equipamento. Porém, os dados obtidos pela Engenharia Reversa não são, necessariamente, os mesmos dados que foram utilizados originalmente.

O que importa para a Engenharia Reversa é fazer com que um equipamento funcione adequadamente e não existe a obrigatoriedade de que o projeto de um equipamento, obtido por essa técnica reversa, seja exatamente igual ao original.

A Engenharia Reversa tem limitações e não existem meios de se confirmar que os resultados obtidos por essa Engenharia Reversa foram realmente os utilizados originalmente. Essa técnica de Engenharia Reversa pode conduzir a mais de um resultado eficiente, possível de ser utilizado, causando a seguinte pergunta: quais dos resultados possíveis foram utilizados pelos irmãos Wright? O uso de qualquer dado que seja diferente do que foi usado pelos irmãos Wright, invalida a fidelidade da cópia do Flyer-I. Não existe forma de se saber, com certeza, qual dado foi utilizado pelos supostos irmãos inventores.

A Engenharia Reversa muitas vezes utiliza boa dose de imaginação criativa e inventiva para se chegar a uma solução adequada possível, que possibilite que um equipamento funcione. O fato de se utilizar imaginação criativa evidencia que não há como confirmar se os dados originários dessa imaginação criativa foram realmente os mesmos dados utilizados pelos irmãos Wright, pois tais dados foram originados de suposições da Engenharia Reversa, sendo que suposições necessitam de fatos que comprovem tais suposições e esses fatos comprobatórios não existem.

Portanto, a utilização de Engenharia Reversa não garante, necessariamente, que os resultados obtidos por essa técnica sejam os mesmos que realmente foram usados pelo suposto original para voar.

Assim sendo, fica demonstrado mais um fato que motiva o descrédito para com a réplica em questão, pois a mesma utiliza dados obtidos por imaginação criativa da Engenharia Reversa, sendo que não há como comprovar que tais dados foram os mesmos utilizados no suposto Flyer-I de 1903. (Invalidação obtida através do descumprimento da Regra Número 1 e esse fato impossibilita o cumprimento da Regra Número 2) Existe um fato muito importante, no caso em questão, quanto ao uso da Engenharia reversa: A engenharia Reversa partiu do princípio de  que o Flyer-I realmente existiu e funcionava.

Os fatos abaixo descritos impossibilitam a construção de uma réplica fiel:

a) Não existem provas válidas de que o Flyer-I existiu antes de 1908;
b) Não existem provas válidas  de que o Flyer-I realmente funcionava em 1903;
c) Não existem provas válidas de que o Flyer-I existiu e funcionava depois de 1908;
d) Não existe um projeto completo do Flyer-I anterior a 1908;
e) Não existe um projeto completo do Flyer-I posterior a 1908;
d) Não existe fisicamente um original confiável do Flyer-I.

Resumindo, não existem provas válidas de que o Flyer-I existiu e funcionava, nem antes e nem depois de 1908.
A demonstração de que a Engenharia Reversa utilizou suposições não confirmadas, no sentido de se admitir que o Flyer-I funcionava, para poder fornecer dados importantes para viabilizar a construção de uma réplica que voe, invalida a confiança da fidelidade da réplica em questão. (Invalidação obtida através do descumprimento da Regra Número 1 e esse fato impossibilita o cumprimento da Regra Número 2)  A seguir verificaremos alguns empecilhos que impedem o cumprimento da Regra Científica Número 2 pela  suposta réplica do Flyer-I.

Continuando na nossa análise, deparamos com o fato de que não foram usados os mesmos materiais originalmente utilizados no suposto Flyer-I original, para construir a suposta cópia fiel. Não existe na natureza materiais diferentes que se comportem exatamente da mesma forma em todas as situações e condições de vôo.

A utilização de materiais diferentes na réplica acarreta em um comportamento diferente do suposto original. Os fabricantes da réplica não conseguiram obter o mesmo suposto revestimento original, que era uma espécie de lona bem leve, que foi usado nas asas do suposto Flyer-I original. Os fabricantes da réplica usaram um revestimento feito com um material que se comporta com muita semelhança ao suposto material original.

Dessa forma o coeficiente de arrasto da réplica não é o mesmo coeficiente de arrasto do suposto original em todas as situações e condições de vôo. Considerando que o suposta aeronave original fazia vôos muito precários e exigia condições atmosféricas com quase nenhuma flexibilidade, e considerando, ainda, que o suposto Flyer-I original estava no limite do voa e não voa, por ser muito primitivo, qualquer pequena alteração no seu projeto acarreta, com certeza, em influências muito importantes, que alteram as características do vôo, podendo possibilitar o sucesso ou o insucesso na repetição do experimento.

Logicamente, os fabricantes manipularam esses materiais diferentes, de tal forma que possibilitasse que a réplica voasse.  A constatação de que não foram usados os mesmos materiais originais na construção da réplica do Flyer-I, impede o cumprimento da Regra Científica Número 2, pois a repetição do experimento não foi exatamente nas mesmas condições do suposto experimento original.

Ao analisarmos todos os argumentos expostos neste texto verificamos que a alardeada réplica do Flyer-I não cumpre vários requisitos científicos exigidos na repetição de um experimento e na construção de uma réplica fiel verdadeira. Isto posto, fica comprovado que a alardeada réplica do Flyer-I em questão não é uma cópia fiel do suposto original e as notícias divulgadas pelos seus fabricantes não são verdadeiras, no sentido de se alegar que a réplica do Flyer-I em pauta é exata e que os vôos testes, realizados com aparente sucesso, dias antes do fiasco de  17/Dez/2003,  não foram feitos nas mesmas condições do suposto vôo original.

As declarações dos promotores dessa pseudo-réplica do Flyer-I, quanto ao sucesso questionável da mesma são levianas, mentirosas e irresponsáveis, evidenciando mais uma atitude reprovável dos adeptos dos irmãos Wright no sentido de querer enganar as pessoas e creditar indevidamente aos supostos irmãos inventores uma invenção que não lhes pertencem.

Conseqüentemente, essa réplica alardeada do Flyer-I é falsa  e não comprova, absolutamente, nada, com relação às alegações dos irmãos Wright, relativas ao invento e à realização do primeiro vôo do mais pesado que o ar. Essa conclusão não nos causa nenhuma surpresa, pois tudo o que é relacionado aos irmãos Wright, envolvendo as suas alegações quanto ao invento do mais pesado que o ar, é sempre envolto em obscuridades, em suspeitas de fraudes de diversos tipos, em descumprimentos de regras científicas, em descumprimentos de regras sociais, em descumprimentos de regras legais, em apropriação do que não lhes pertencem, em mentiras diversas, em embustes de vários tipos, em inúmeras inconsistências, em contradições, em criações pré-planejadas e condenáveis de situações em que possam tirar futuras vantagens escusas em benefício próprio, em distorções históricas de diversos tipos, etc.

Finalizando, o objetivo deste artigo foi atingido, pois comprovamos que a réplica do Flyer-I em questão não é verdadeira e não comprova absolutamente nada, com relação ao assunto em pauta, sendo, apenas, mais uma tentativa fracassada de se repetir um experimento que nunca existiu, pois não há como burlar as leis da Física e as regras da Ciência, bem como não há como enganar as pessoas bem informadas e nem, tão pouco, as pessoas que estão em busca da verdade, no que tange aos assuntos ligados à verdadeira História da Aviação.

Fontes:

Informações sobre Santos-Dumont - www.cabangu.com.br
Santos-Dumont e a Conquista do Ar - Aluízio Napoleão

Informações sobre os irmãos Wright e os alegados vôos do Flyer I - www.centennialofflight.gov
Informações sobre a tentativa de construção da réplica do Flyer I - www.countdowntokittyhawk.com


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