Alberto Santos=Dumont - O Pai da Aviação

O Dirigível Nº14

e o Primeiro Simulador de Vôo

Testes com o Nº 14 e o 14bis

Foi apenas em 1905 que passou a se preocupar com o-mais-pesado-que-o-ar, após observar um vôo realizado por Voisin em seu novo planador, percebendo que dali em diante o futuro da aviação estaria ligado ao aeroplano.

Em julho de 1906, com o objetivo de conquistar o espaço com um aparelho mais pesado que o ar, Santos=Dumont faz as primeiras experiências, realizadas para verificar a estabilidade e o equilíbrio de um biplano, formado por seis células de Hargrave, com asas em forma de diedro, pendurando-o em um cabo de aço estirado entre dois postes.

Ele empreendeu vários testes através deste sistema de cabos e roldanas, no qual testava a dirigibilidade do biplano.
Aqui vemos mais um feito original do aeronauta; construiu aquilo que pode-se chamar de primeiro simulador de vôo da história.

Animado com os resultados, partiu para experiências com o biplano suspenso no Dirigível nº 14, daí o nome 14bis pelo qual passou a ser chamado.   Dessa forma, a manutenção no ar passava a ser dada pelo balão, e a direção, pelo biplano.

Testes com o Dirigivel Nº 14

Experiências com o novo veículo pendurado no Nº 14. O  aparelho era mais pesado que o ar e passou a se chamar 14bis.

Seu motor era tão potente que ameaçava rasgar o Drigível durante o vôo.

Testes de vôo
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Ainda não satisfeito com o resultado dos testes, resolveu simular um vôo com o 14bis

Suspendeu o aeroplano num cabo de aço e o fez deslizar com o auxílio de um jumento que puxava o aparelho. Seu objetivo era sentir o equilíbrio de sua máquina.

14-Bis Suspenso por cabos
Imagem restaurada pelo
Museu Paulista da USP

Depois, decidido a fazer os testes definitivos, recebeu autorização para usar os gramados do Campo de Bagatelle.

O 14bis não necessitava de veículo auxiliar. Desta vez Santos=Dumont estava disposto a se elevar do solo contanto somente com o seu avião. Essa invenção, que o deixou famoso em todo mundo, possuía 11.20m de envergadura,  9.68m de comprimento, e 3.40m de altura. A superfície total era de 79.60m2.

Esboço 14bis

Os lemes de direção e profundidade foram colocados à frente da aeronave, numa concepção contrária a de hoje, isto é, as asas do 14bis ficam atrás, com o motor, enquanto a "cauda" situava-se a frente, ou seja, o conjunto em forma de "T", sendo que a cauda desse "T" constituía a parte da  frente do aparelho.

Na conjunção dos braços encontrava-se o motor.  Inicialmente, o 14bis apresentava trem de pouso com 3 rodas; posteriormente, Santos=Dumont retirou a roda traseira. Essas rodas não eram senão simples rodas de bicicletas, distantes, entre elas, apenas 70cm.

Planta Frontal
Planta Superior
Planta Lateral

O motor a gasolina do tipo "Antoinette", construído por Leon Levavasseur, era em "V" com 8 cilindros (4 de cada lado) e tinha inicialmente uma potência de 24 HP  funcionando a um regime de 1000 rpm (rotações por minuto).

O leme dianteiro, todo em seda japonesa, movimentava-se em todas as direções, tendo 3m de largura por 2m de comprimento e 1,50m de altura.

Os franceses apelidaram aquele estranho aparelho de "oiseau de proie" (ave de rapina), ou "canard", devido a semelhança com um pato.    Os  ingleses denominavam-no como "bird of prey"

Ficha Técnica:
      Comprimento:    9.68 m
      Altura   :      3.40 m
      Envergadura:    11.20 m
      Área Alar:      79.60 m2
      Peso Vazio:     160 kg
      Peso Carregado: 300 kg
      Veloc. Decol.:  40 km/h
      Altitude:       6 m
      Motor:          Levasseur "Antoinette"
      Potência:       50 HP
      Carga Alar:     4.00 kg/m2
      Peso/Potência:  6,37 Kg/HP

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