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NAS ASAS DA AVENTURA
A idéia
de liberdade sempre esteve presente, quando o assunto é voar. Uns voam por
profissão, outros por diversão e há aqueles que, como o colaborador Marcus
Mello, encontram na arte de voar um meio de alcançar a liberdade e de
experimentar novas sensações. Leia a entrevista abaixo e descubra também o
prazer de voar. Boa leitura e bons vôos!!!
Readme - Quando começou a paixão pelo
vôo? Marcus - Desde que me entendo por gente. Lembro quando tinha
uns 6 ou 7 anos, tinha sonhos recorrentes de que podia voar. Queria entrar
para Aeronáutica, e depois para a Varig, mas quando cheguei perto do
objetivo, vi que não queria "trabalhar" com isso, apenas queria
voar.
Readme - Como foi voar
pela primeira vez? Marcus - Voei num ultraleve pela primeira vez,
em 1988. Era um modelo muito simples, sem cabine ou carenagens, só barulho
e vento na cara ... Sobrevoamos minha cidade natal (Santo Antônio de
Pádua, no Noroeste Fluminense). Eu via os prédios e ruas olhando para
baixo, por entre as pernas ... Não tive medo, e pensei: Eu nasci para
isso.
Readme - Você se
define como um adepto dos esportes radicais? Marcus -
Particularmente não gosto de esportes radicais. Na verdade, não considero
o vôo de ultraleve um esporte "radical". Normalmente, não há muita
adrenalina durante o vôo. Aliás, acho mesmo que ela não é muito bem vinda,
pois, das vezes que senti, estava sob fortes e inesperadas rajadas de
vento, e a adrenalina só me foi útil para ajudar na concentração e
retomada do controle do aparelho.
Readme - Você tem alguma superstição
antes dos vôos? Marcus - Comecei a voar com um tênis velho. Sempre
voei com ele. Quando ficou velho demais, eu o levava numa bolsa, e só o
colocava quando já estava no aparelho. O outro tênis ia "de carona" para
ir "aprendendo", para ir "se acostumando". Com o passar do tempo, o tênis
"carona" passou a pilotar, enquanto o "velho" ia ao lado.
Readme - Você se considera uma pessoa que
"vive nas nuvens"? Marcus - Sou uma pessoa muito metódica, e
racional. Meus gastos são muito controlados, e procuro cumprir meus
compromissos da melhor maneira possível. O único comportamento "diferente"
estaria em parar para contemplar a natureza nos momentos mais exóticos
possíveis.
Readme - Qual é a sensação de poder voar?
Em que você pensa? Marcus - O grande barato do vôo está no "PODER"
! No "poder" de voar, de dominar o ambiente, de estar num lugar
fantástico. "Andar", no ar, não é como andar na terra. Você fica no meio
do nada. Você domina o impossível, o invisível. Voar é mais importante que
tudo, está acima das nossas mazelas, dos nossos problemas, das nossas
contas mensais. Voar é regozijar a vida, é participar do milagre da
natureza.
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